Terapia de cristais
A terapia de cristais ou litoterapia (do grego lithos, “pedra”) é um tratamento que conjuga as propriedades terapêuticas específicas dos cristais e a massagem localizada com os elementos líticos ao longo dos meridianos, na perspectiva da Medicina Tradicional Chinesa, no sentido de obter a tonificação e reequilíbrio do organismo.
Breve História
A utilização terapêutica de materiais líticos, designadamente de cristais, é muito antiga, documentando-se na Índia Védica e no Antigo Egipto, assim como na China.
Embora certamente de origem mais remota, no âmbito da tradição Daoísta, a referência directa mais antiga na China ao uso de pedras e cristais pelas suas propriedades medicinais aparece no livro Shen Nong Ben Cao Jing, escrito durante a dinastia Han (25-220 d.C.). À medida que evoluía o conhecimento da Medicina Tradicional Chinesa, foi sendo introduzido um maior número de minerais nas práticas terapêuticas, contabilizando-se 83 usados durante a dinastia Tang (618-907) e actualmente, um total de 133.
No Ocidente, o primeiro tratado de mineralogia é atribuído a Teofrasto (371-287 a.C.), registando-se porém o contributo de diversas autores antigos neste âmbito: o persa Sótaco e Zoroastro (séc. III a.C.), Damigeron (séc. I d.C.), Plinio, o Velho (23-79 d.C.), no livro 37 da sua História Natural, entre vários outros, dedicados à descrição das propriedades mágicas e terapêuticas de um variado conjunto de pedras e cristais.
A partir do século XX, a terapia com cristais tem vindo a tornar-se cada vez mais popular, geralmente relacionada com o conceito védico de chakras e a prática de Reiki, e não raro, revestido de contornos esotéricos.
As propriedades terapêuticas de pedras e cristais e a sua forma de actuar no organismo, embora ainda não totalmente compreendida, está, porém, actualmente comprovada por diversos estudos.
Base teórico-científica
O conceito de terapia vibracional é aquele que maioritariamente subjaz à terapia com elementos líticos e cristais, encontrando na Física Quântica a sua actual base científica, ainda não totalmente compreendida, mas cujo efeito nos organismos vivos está actualmente comprovado.
A esmagadora maioria dos estudos desenvolvidos focam sobretudo os cristais da família do quartzo, que incluem 17 formas cristalinas distintas (entre elas o topázio e a ametista) e são constituídos por dióxido de silício (SiO2). Na realidade, o silício, combinado com o oxigénio e com diversos metais, forma 60% da crusta terrestre.
Os cristais apresentam a estrutura mais organizada existente na natureza. A estrutura cristalina, formada por uma infinidade de padrões reticulares que se repetem tridimensionalmente, responde de forma notável e precisa a uma grande variedade de estímulos energéticos, incluindo o calor, a luz, a pressão, o som, a eletricidade, os raios gama, as microondas e a bioelectricidade. Em resposta a esses estímulos, a estrutura molecular do cristal sofre determinadas formas de oscilação que criam frequências vibratórias específicas de transmissão de energia.
É assim que os cristais de quartzo podem ser usados de maneiras diferentes para processar diversos tipos de energia, incluindo recepção, reflexão, retração, magnificação, transdução, amplificação, focalização, transmutação, transferência, transformação, armazenamento, estabilização, modulação, compensação e transmitância.
Os cristais têm, por exemplo, a capacidade de regravar a informação do todo em cada uma das minúsculas partes da sua estrutura cristalina – propriedades holográficas -, motivo pelo qual são usados nas memórias dos computadores. Em 2016, investigadores da Universidade de Southampton (Optoelectronics Research Centre) conseguiram usar um cristal de quartzo para armazenar o equivalente a 360 terabytes de dados em 5D (o equivalente à capacidade de 22,500 iPhones), descobrindo aquele que é o maior e mais durável suporte de armazenamento de dados até agora.
Da mesma forma, os cristais de quartzo apresentam propriedades piezoeléctricas, ou seja, têm a capacidade de produzir uma voltagem elétrica mensurável quando submetido a uma pressão mecânica. Inversamente, a aplicação de uma corrente elétrica a um cristal produz movimento. É este facto que está na base da utilização do quartzo seja nos relógios, seja na infinitude de equipamentos electrónicos que usamos no nosso quotidiano.
Tal como em grande parte dos elementos líticos, o silício, encontra-se também na maior parte dos organismos biológicos, entre os quais os seres humanos, designadamente sob a forma de ácido silícico, estando presente em sais celulares, tecidos gordurosos, glóbulos brancos e vermelhos, linfa e glândula pineal, nos ossos, vasos sanguíneos, cartilagem, tendões, cabelos e unhas. Por formar complexos estáveis com polióis, incluindo hexosamina e ascorbato, o silício favorece a formação de glicosaminoglicanos, mucopolissacarídeos e colágeno, moléculas envolvidas na formação do tecido conjuntivo e ósseo. Em suma, muitas das membranas e estruturas celulares existentes no corpo humano são cristais líquidos.
Essas estruturas cristalinas parecem operar em ressonância simpática com os cristais usados para fins terapêuticos, algo semelhante ao que acontece quando vibrações na frequência das ondas de rádio atingem um cristal num aparelho radio-receptor: o cristal vibra ao absorver as ondas de alta frequência e produz frequências que são recepcionadas pelo corpo. É isso que está na base do processo terapêutico.
Além das propriedades intrínsecas de cada cristal, a sua cor determina também a sua maior especificidade terapêutica: os tons quentes (vermelho, laranja, amarelo) são mais energizantes, enquanto as tonalidades frias (azul, verde, lilás) são mais calmantes. A cor violeta ou lilás, por exemplo, integra a faixa do espectro visível correspondente à luz ultravioleta, intimamente relacionada com o processo de reprodução celular (radiação mitogenética) e a purificação de toxinas.
Os cristais apresentam uma estrutura altamente ordenada, devido à natureza intrínseca das moléculas para formar padrões simétricos e é essa regularidade molecular que proporciona uma influência energética estabilizadora nos sistemas celular e biomolecular do organismo.
Benefícios
• Promove o bem-estar geral e o relaxamento
• Estimula a capacidade auto-curativa do organismo
• Alivia o stress emocional e ameniza estados de ansiedade e depressão
• Ajuda a regularizar os padrões de sono
Indicações
• Síndromes de fatiga
• Estados de stress emocional, ansiedade e depressão
• Padrões de sono irregulares
Contra-indicações
Contra-indicada em casos de pacientes com o estômago cheio ou sob o efeitos de álcool ou drogas.
Em que consiste uma sessão de Terapia de cristais
A consulta é iniciada com a observação e algumas perguntas de diagnóstico, após o que se desinfecta a pele e procede-se à aplicação dos cristais nas zonas correspondentes. Durante uma sessão são aplicados diversos cristais, efectuando-se a massagem localizada com os elementos líticos ao longo dos meridianos, sempre de acordo com cada caso. A duração do tratamento é de 45 minutos.
Preço
40€
Artigos Científicos
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https://remedygrove.com/bodywork/The-Incredible-Science-Of-Crystals